Se é verdade que muitas notícias e posts espalhados por essa Internet fora, serão a razão de fundo para os textos a apresentar no Yada Yada Yada, também não é menos verdade que, volta e meia, a motivação para escrever surgirá dos comentários a essas mesmas notícias e posts. Saber, por exemplo, que o novo filme de Ficheiros Secretos chamar-se-á X Files: I Want to Believe, será, por si só, motivo para um post interessante, dizemos nós. Lançando até a pergunta, como é que será a tradução no nosso país. Ficheiros Secretos: Quero Acreditar? No entanto, vasculhando os comentários nos sítios em que a notícia já foi dada a conhecer, será talvez já mais importante discutir a má recepção que o título teve. Chavão piroso, dizem alguns. Falta de imaginação, apontam outros. Até já podemos fazer uma compilação de comparações e sugestões dadas por quem ficou, vamos lá, desgostoso, com esta opção:
Star Wars VII: May the Force Be With You
Die Hard 5: Yippie-ky-yah Motherfucker
I Am Legend II: I Can Help You
Terminator 4: I’ll Be Back
Driving Miss Daisy 2: I’m Driving Miss Daisy Again
Cloverfield 2: More Terrible Things
Scream 4: What’s Your Favorite Scary Movie
Walking Tall 2: Walking Taller
Forrest Gump 2: I Love You Jenny More Than Bubba Dirty
Dancing 2: Nobody Puts Baby in the Corner
X-Files: I believe werewolves are aliens.
Isto tudo para abordarmos um post lançado na passada terça-feira, no Awards Daily, onde, em nosso entender, um dos comentários acaba por ser tão ou mais pertinente do que o próprio texto. O post em questão incide num dos assuntos que ainda vai marcando a indústria, a de que filmes protagonizados por mulheres não apelam às massas. De forma sucinta, como as tabelas tão bem sabem fazer, podemos verificar que são os filmes em que os dois papéis principais são desempenhados por homens, que mais facturam nas bilheteiras. Desde 2004, apenas dois filmes protagonizados por mulheres figuraram no top 20 do ano. E, dos vinte melhor sucedidos nas bilheteiras, nenhum tem uma dupla do sexo feminino no comando.
Agora, esta tabela dá pano para mangas e, de facto, temos aqui bastante conversa para colocar em cima da mesa. No entanto, pegando precisamente nestes dados, um dos visitantes do Awards Daily, apresentado com Gentl Benj, direcciona o debate num outro sentido, apesar de partilhar a mesma linha de pensamento. Apresentando um artigo sobre as obras mais misóginas da década, Gentl Benj dá o exemplo de Super Baldas (Greg Mottola, 2007), um dos referenciados. Um filme em que o protagonista só pensa em sexo, que não prima pela inteligência, e roça a cretinice, sobretudo pela forma como olha para o sexo oposto. Porém, após reflectir um bocado sobre isto, Gentl Benj afirma que os filmes estão cheios de personagens assim. Com ar de pateta, estranhos, que nem sempre pensam duas vezes antes de abrir a boca, mas que conseguem ficar com a rapariga. Agora, personagens femininas idênticas? Nem por isso. Os homens passam a mensagem És adorável da maneira que és, mas, as mulheres não. Ou, será que passamos? Parece que sim, contudo, não através do cinema. Da televisão. Dos talk shows. Aí é que aparecem os Seths com peito. Perdão, mais peito.
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