Filmes Vs. Jogos Vs. Concertos.

A estreia de Iron Man aproxima-se a passos largos e, provavelmente, como em nenhum outro filme este ano, importará sobretudo centrar atenções nas bilheteiras. É certo que a qualidade do filme será tema de discussão, e existe enorme curiosidade em saber se estaremos perante uma nova boa adaptação de BD, ou, nem por isso – por cá, já há quem tenha deixado boas indicações. No entanto, o lançamento de Grand Theft Auto IV, esta semana, tem lançado algumas dúvidas quanto ao sucesso financeiro da obra de Jon Favreau. Até que ponto, um jogo pode arruinar a bilheteira de um filme? Segunda-feira, teremos a resposta a esta pergunta. Para já, tudo não passa de especulação e conjecturas baseadas em resultados passados. Estimativas.

O primeiro dado que nos parece interessante é o facto de ser o lançamento de um jogo que conduz a esta questão, demonstrando a existência de conjunto de reunião nestes dois grupos de público-alvo. Mais do que Quem vê Iron Man quer comprar GTA4, Quem compra GTA4 quer ver Iron Man. E, quando falamos de um grupo, onde, para muitos elementos, a maior fonte de rendimento provém de semanadas ou mesadas, é natural que a indústria cinematográfica olhe com preocupação para estes fenómenos. E, quando falamos em indústria, restringimo-nos àquela que existe em terras do tio Sam. Porque, nisto do Cinema, convenhamos, em termos de receitas, só aí é que as coisas são à grande e à francesa. Agora, quando vemos que, em média, um bilhete nos Estados Unidos custas 6,88 dólares (BOM), não nos parece que haja grandes motivos para alarme. É verdade que se coloca a forte hipótese de GTA4 suplantar os números de Halo 3, quanto mais não seja porque é lançado também para a PS3. Se assim for, o novo jogo da Rockstar poderá render 400 milhões de dólares na primeira semana. Mesmo atingindo estes valores, ao contrário de Mike Hickey, não acreditamos que isto se traduza em danos colaterais para Iron Man.

Um segundo aspecto, prende-se com os mínimos que o filme de Robert Downey Jr. deve atingir. Segundo o mcn, o primeiro fim-de-semana de Maio tornou-se no primeiro fim-de-semana da temporada de blockbusters em 1998, quando Impacto Profundo se tornou no primeiro filme da História a estrear por essa altura e a render mais de 100 milhões de dólares. Dos nove filmes estreados nesse fim-de-semana, em anos seguintes, apenas três não atingiram os 140 que Impacto Profundo viria a arrecadar – Missão: Impossível III, Van Helsing, e, o mais distante, O Reino dos Céus. Por essa razão, caso não chegue aos 140 milhões, Iron Man será visto como derrotado. Por GTA4, e não só.

Por cá, obviamente, a história será outra. Se bem que, poderá haver muito boa gente a passar por esta decisão. Comprar o jogo, ou ir ver o filme? No entanto, não nos parece que este seja um grande dilema para os jovens portugueses. Ao mesmo tempo, tendo em conta que, no nosso país, as estreias continuam a ocorrer em maior número na zona da Grande Lisboa, será legitimo perguntar se existem algumas reservas das distribuidoras, quanto ao Rock in Rio, esse sim, em nosso entender, uma ameaça. Se pensarmos que este evento reunirá 150 mil pessoas por fim-de-semana, e que constitui já um entretenimento cultural, alguma coisa há-de ficar para trás. Ao olharmos para as estreias previstas para o último fim-de-semana de Maio, Forgetting Sarah Marshall é o título mais forte. As outras escolhas, estão longe de ser apostas comerciais. Para o primeiro de Junho, apenas duas estreias em carteira: O Sexo e a Cidade e The Air I Breathe. Será legitimo afirmar que existe algum receio por parte das distribuidoras?