Várias são as representações que compõem o imaginário colectivo. Se alguém disser Pai Natal, é natural que alguém se lembre de uma Coca-Cola. Se alguém gritar pelo Super-Homem, talvez ainda mais serão aqueles que se lembram de uma cabine telefónica. Agora, se alguém disser Hollywood, a determinada altura, será mais do que previsível recordar aquela enorme recepção de boas vindas, que é a palavra HOLLYWOOD, nas colinas da verdadeira cidade dos anjos. Ao longo dos anos, este Hollywood foi tornando-se no mais visível dos símbolos da indústria cinematográfica norte-americana. No entanto, o anúncio à cidade, que acaba por ser mais do que isso, parece estar algo ameaçado. De um dos flancos.
A Associated Press dá conta da decisão da Fox River Financial Resources, de colocar à venda 138 hectares para cima e esquerda, a partir do H. Os terrenos estão disponíveis para quem quiser negociar a partir da módica quantia de 22 milhões de dólares. O receio é o de que, uma vez vendida, a terra seja utilizada para construir edifícios, ou até mesmo outros cartazes, que danifiquem a imagem una e singular do anúncio construído em 1923. Adquiridos nos anos 40 por Howard Hughes, os terrenos em questão foram comprados pela Fox River Financial Resources, uma empresa investidora de Chicago, em 2002, por 1,7 milhões de dólares. O grupo já disse que os terrenos colocados estão bastante longe do anúncio, e que não representam qualquer perigo para o mesmo. No entanto, para já, uma das hipóteses em cima da mesa é a de que grandes bolsos se cheguem à frente, como aconteceu em meados dos anos 70. Por essa altura, de modo a substituir as nove letras já velhas e gastas, algumas celebridades, como Hugh Hefner e Alice Cooper, fizeram uma vaquinha, tendo todos contribuído com 28 mil dólares.
Hoje, os tempos são outros, e talvez não seja assim tão fácil chegar a um acordo. Garanto que, caso tivesse os tais 22 milhões de dólares na carteira, tudo faria para adquirir estes terrenos. Mesmo que não tivesse mais do que esse valor. Propunha-se uma espécie de leilão, e iria respondendo a outras ofertas de outra forma. Estou aqui a olhar para o lado, e a pensar. Se alguém desse 23 milhões de dólares, estaria disposto a ceder A Colecção Hitchcock – Os Primeiros Anos do Mestre do Suspense. Se alguém oferecesse 24 milhões, respondia com as séries de Seinfeld – isso é que ia custar como tudo. E, se alguém se esticasse até aos 25, fechava os olhos, e contrapunha com o pack de Frank Capra. Agora, a colecção de Woody Allen é que não. Nunca abdicar de nós próprios.
1 comentário:
"Agora, a colecção de Woody Allen é que não. Nunca abdicar de nós próprios."
pois claro!
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