26 de maio de 2008

A Palma fica em casa.

Numa entrevista ao jornal Le Monde, que antecedeu a entrega dos prémios em Cannes, Sean Penn deixou bem claros os seus intentos, bem como dos restantes membros do júri. The best way to be honest is to try to emancipate ourselves from the effects of fashion, to try to find what will stay with us forever. We've got to do the opposite of the Academy that gives out the Oscars, where manipulation and very good marketing are rewarded. Alfinetadas à parte, Entre Les Murs, de Laurent Cantet, arrebatou a Palma de Ouro. Este foi o regresso da França às vitórias, 21 anos depois de Maurice Pialat ter ganho com Sobre o Sol de Satã.

Baseado no livro de François Bégaudeau, Entre Les Murs retrata o quotidiano delicado de um professor (o próprio Bégaudeau), numa escola secundária dos arredores de Paris. Um professor cuja franqueza surpreende os alunos. Alunos estes, que questionam os métodos do professor.

Nas restantes categorias, destaque para as vitórias do turco Nuri Bilge Ceylan como melhor realizador, por Three Monkeys – segundo Penn, a segunda decisão unânime do certame –; de Gomorra, de Matteo Garrone, com o Grande Prémio do Júri; dos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne, com melhor argumento, por Le Silence de Lorna; de Il Divo, realizado por Paulo Sorrentino, com o Prémio do Júri; de Sandra Corveloni, como melhor actriz, por Linha de Passe; e de Benicio del Toro, como melhor actor, por Che.

Sem comentários: