27 de maio de 2008

Promover 'The Promotion'.

Photobucket

Porque temos um mau pressentimento em relação a isto, comecemos a falar deste filme quanto antes. As limitações de um espaço como o Yada, ainda são mais que muitas. Porque o nome Alvy não tem o mesmo peso de Nuno, nem Singer o de Markl – e, esta não é uma alusão disfarçada à formosura do reconhecido humorista –, seria ridículo iniciar aqui uma qualquer campanha em torno de uma obra, tal como aconteceu no Verão passado, por iniciativa do guionista, relativamente a Hot Fuzz (Edgar Wright, 2007). No entanto, uma voz aqui, uma voz ali, e quem sabe se não fazemos algum alarido. A única certeza que temos de ninguém nos ouvir, é quando ficamos calados. E, por estas bandas, temos o princípio de, quando não estamos calados, estamos a falar. Hoje, achámos por bem falar de The Promotion.

Isto porque o filme de Steve Conrad, argumentista de O Homem do Tempo (2005) e Em Busca da Felicidade (2006), que aqui se estreia na realização, tem todo o ar de quem vale a pena, e, ao mesmo tempo, de quem permanecerá esquecido por muito tempo pela distribuidora que nele decidir pegar. É verdade que nada confirma ainda este receio, no entanto, os sinais são visíveis. Nos Estados Unidos, o filme estreará apenas em Nova Iorque e Los Angeles. Logo, a receita de bilheteira não deverá ser estrondosa, o que não despertará a atenção dos que estão deste lado do oceano. Depois, falta um nome de peso. Até agora, Steve Conrad só se tinha dedicado à escrita. Seann William Scott, para muitos, continua a ser apenas mais um da troupe de American Pie. Para Alvy Singer, continua a ser um valor desaproveitado. Em tempos, cheguei mesmo a pensar que estaríamos na presença do próximo Tom Cruise. Hoje, reconheço o exagero. De qualquer forma, tenho para mim que este é o tipo de filmes que William Scott já devia ter começado a fazer há anos, se ainda quiser espremer algo mais do seu talento. A carreira é aquilo que fazemos dela. John C. Really, o tipo que, parecendo que não, já entrou em filmes como What’s Eating Gilbert Grape, Boogie Nights, Magnolia, Gangs de Nova Iorque, As Horas, O Aviador, Chicago, e A Prairie Home Companion, continua a ser… um secundário de luxo. Jenna Fischer, a afável Pam do The Office norte-americano, e Gil Bellows, o remoto Billy de Ally McBeal, por muito bom aspecto que tenham, não deverão chamar muitos às salas. Injustamente. Bem vistas as coisas, isto só vai lá mesmo com o boca-a-boca.

No entanto, também ninguém nos garante que está aqui uma relíquia. Gostaríamos apenas de nos certificar é que teremos a possibilidade de confirmar esta crença numa qualquer sala de cinema, e que não será preciso esperar pelo Dvd oriundo de um ponto distante do planeta. A história sobre dois empregados de uma grande superfície que lutam por uma promoção, pode até parecer algo trivial. Contudo, quem já o viu no Festival SXWX deste ano, já teve oportunidade de afirmar que não estamos perante um Judd Apatow, mas que esta é uma maravilhosa mistura entre a simplicidade de um filme indie, e os convincentes gags de um blockbuster. Para nós, isso chega. Isso, e o realizador não ser capaz de descrever uma das personagens por si criada. O trailer ajuda a elevar as expectativas, assim como estes quarenta segundos hoje dados a conhecer no Worst Previews. A partir de hoje, a espera começa.

Sem comentários: