2 de junho de 2008

11 - Milk.

Um biopic pela mão de Gus Van Sant é algo que desperta sempre a nossa atenção. Então, se o elenco for composto por gente ilustre como Sean Penn, Emile Hirsch, Josh Brolin, James Franco e Diego Luna, melhor ainda. Harvey Milk (1930-1978), interpretado por Sean Penn, foi o primeiro homossexual assumido publicamente eleito por sufrágio universal para um cargo político. As primeiras imagens, chegadas à net bem cedo, em meados de Janeiro deste ano, deram-nos já a experimentar aquele ambiente retro de qualquer filme situado nos seventies. Apesar de faltarem ainda seis meses para o final do ano, nada nos coibirá de dizer que está aqui um projecto a ter em conta para os Óscares de 2008. Tema polémico, sensível, com actores de peso, e um afamado realizador, normalmente, dá certo. Para além do mais, depois de um flop como All The King’s Men, Sean Penn costuma frisar, com uma qualquer brilhante interpretação, que aquilo não passou disso mesmo, um flop. O normal é andar sempre nivelado por cima. Aliás, aquele que nos parece ter aqui mais hipóteses de ver o seu trabalho reconhecido pela Academia é mesmo Sean Penn. Primeiro, porque muitos continuam a achar que o seu trabalho foi injustamente esquecido o ano passado. E, embora tenha sido como realizador, facilmente se confundem categorias e repõe-se ordem na casa. Em segundo lugar, porque, parecendo que não, este é um daqueles papéis que exige uma transformação radical por parte do actor. Não, não estamos a falar de barba, cabelo e formosura. Nas palavras do produtor Dan Jinks “[Sean] is playing a guy who's not at all like him, way beyond the sexuality of the character. Harvey was this guy who wants everybody to love him, and he loves everybody else. Sean just completely became that guy. It's a real transformation”. Qual engordar, qual quê? Para Sean Penn, realmente difícil é tornar-se num tipo adorável. A Academia é capaz de gostar disto. Nos Estados Unidos, a estreia está prevista para 05 de Dezembro.

Sem comentários: