Chegados que estamos pódio, apercebemo-nos da tremenda dificuldade que foi escolher os trinta filmes mais aguardados do ano, e ainda partir para uma ordenação que tem por base a gradação de ansiedade. Fosse isto um processo aleatório, e talvez se poupasse um cabelo branco ou outro. Mas, não. Assim tem mais piada. Até porque o exteriorizar estas expectativas acaba por ter um efeito terapêutico. Guardar toda esta ânsia não deve fazer bem à saúde.
Posto isto, na terceira posição, encontramos um título como nenhum outro. Até agora, todas as expectativas em torno das obras tinham um cariz positivo. Nesta, não é bem assim. Para além de estarmos em pulgas para saber se o filme é realmente bom, existe também uma certa curiosidade em saber se isto não dará para o torto. Porque o Yin não existe sem o Yang, isto até poderá parecer conversa da treta. No entanto, indo directamente ao cerne da questão, algo nos diz que este poderá ser o grande flop na corrida aos galardões. Suposições que não passam de um tiro no escuro. Contudo, todos os anos têm o seu Dreamgirls. Este ano, porque Ron Howard está aos comandos de Frost/Nixon, apostamos neste projecto. Porém, se a História se repetir, como parece seu apanágio, Howard, como bom aluno, seguirá os cânones da Academia, e realizará um filme feito à medida da consagração no Kodak Theater. Baseado na peça sobre as entrevistas do jornalista britânico David Frost ao ex-presidente norte-americano Richard Nixon, Frost/Nixon aparenta ter todos os elementos necessários para um regresso em grande do cineasta. Peter Morgan (A Rainha), que também escreveu a peça, ficou encarregue da adaptação do argumento. Do elenco notável, fazem parte Kevin Bacon, Sam Rockwell, Rebecca Hall, Matthew Macfadyen, e Michael Sheen. Porém, será a interpretação de Frank Langella, vencedor do Tony Award de Melhor Actor de 2007, como Richard Nixon, aquela que mais impacto terá. Se pensarmos que Martin Scorsese, Mike Nichols, George Clooney, Sam Mendes e Bennett Miller estiveram, a determinada altura, interessados neste trabalho, é porque o ponto de partida já devia ter qualquer coisa de entusiasmante.
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