24 de junho de 2008

A derradeira tentativa.

Ainda hoje, não consigo olhar para The New World (2006) com o mesmo brilho nos olhos que muito cinéfilo espalhado por esse mundo fora. Apesar de não ser um daqueles que divide radicalmente opiniões, com respostas diametralmente opostas, o último filme de Terrence Malick continua a ser apelidado de obra-prima e clássico instantâneo, por uns, e entretenimento satisfatório a roçar o bocejo, por outros tantos. Infelizmente, estou mais inclinado para este último grupo. Confesso, as expectativas para este filme, eram mais que muitas. Astronómicas é a palavra mais semelhante que me ocorre, contudo, mesmo assim, peca por defeito. Durante o visionamento, vários foram os momentos em que pensei sentir aquele formigueiro que nos visita sem qualquer notificação, quando estamos na presença de um filme que nos agita. Provavelmente, não passaria de uma comichão mal disfarçada. Ao mesmo tempo, durante o filme, por diversas vezes pretendi mergulhar no mesmo, e deixar-me levar por tudo aquilo que parecia mais apelativo. No entanto, a barreira entre o real e a ficção permaneceu sempre visível. Assim que o filme terminou, achei que, com o tempo, com o assentar das ideias, veria que tinha tido o privilégio de assistir a um título intemporal de Terrence Malick. Ainda hoje, é isso que desejo. Se houve filme do qual quis gostar, e muito, foi este. Aliás, este é um desejo que se mantém. Porque, no caso de Malick, não basta achar que o filme é bom. Se alguém diz que está ali uma obra-prima, e nós não vemos, sentimos que algo está errado connosco. Ou precisamos de óculos, ou estamos a passar ao lado de um acontecimento cinematográfico. Como a primeira hipótese já está preenchida, só resta a segunda. Continuando a resistir à ideia de que não gostei tanto quanto desejaria, do único filme de Terrence Malick que vi no grande ecrã, foi com um enorme sorriso que recebi esta boa nova. Quem sabe se um Extended Cut com mais 30 minutos não fará toda a diferença? A 14 de Outubro, teremos a resposta.

4 comentários:

Rita disse...

Acho que merece um segundo visionamento sr. Alvy. (E tudo depende do espírito e ambiente em que se visiona)
A primeira vez que vi, nem sequer cheguei a meio, a companhia com que estava parou o filme, tal era o aborrecimento.
A segunda, foi entre cinéfilos com paciência, e devo dizer que achei magnífico, sublime. Como dizem, um incrível poema de uma beleza (tanto fotográfica como literária) extraordinária. Dê uma segunda oportunidade.

Anónimo disse...

confesso que quando vi no cinema, nao sei se por cansaço, adormeci lol

Anónimo disse...

Esta é a primeira (e, provavelmente, única) vez que eu tenho que discordar consigo, Alvy. As minhas expectativas também eram "astronómicas" antes da estreia de O Novo Mundo, e devo dizer que se cumpriram. Como Enthilza disse, deve, com toda a certeza, repensar num segundo revisionamento. E quiça se esta meia hora conseguem fazer com que o Alvy veja este filme com os bons olhos com que eu vejo.

Arte Revisitada disse...

Vi por 3 vezes no cinema. A primeira deixou-me de boca aberta. A segunda quis ir rever com amigos cinéfilos e ainda gostei mais. A terceira, para confirmar mesmo que estava perante uma grande obra, foi no ciclo da cinemateca que passou na gulbenkian...

O Novo Mundo é um grande filme. Neste século já nos foram apresentados grandes filmes, uns com mais ou menos acção, outros de realizadores desconhecidos, etc. Mas passados 8 anos desde a Barreira Invisível, direi que O Novo Mundo é único. Um verdadeiro fresco.