Aquela velha máxima de Nós só damos ao público aquilo que este pretende, parece não fazer tanto sentido nos dias que correm. Porque, das duas, uma. Ou o público mudou radicalmente de gostos, ou o pessoal responsável pelas dobragens não deixa mesmo escapar uma, criando um cenário tal que, nos dias de hoje, um filme com o rótulo Disney não consegue escapar a uma versão dobrada. É certo e sabido que As Crónicas de Nárnia de C. S. Lewis são uma das sagas de maior sucesso da literatura infanto-juvenil. Contudo, sê-lo-á assim tanto, ao ponto de justificar uma dobragem nas nossas salas? Que a versão dobrada permite o visionamento da pequenada que ainda não consegue acompanhar as legendas, e que os estúdios podem assim cortar uma fatia maior do bolo, já sabemos. No entanto, não será segredo para ninguém que isto também diminuirá o número de salas com a versão original, mais interessante para todo e qualquer cinéfilo com mais de nove anos. Se quisermos ir mais longe, quem sabe se isto não se traduzirá também num facilitismo pouco ou nada pedagógico para a criançada, a quem um bom par de legendas para exercitar a leitura não fazia mal nenhum? Depois, passado uns anos, vêm dizer que os exames de Quimica e Matemática são demasiado fáceis. Pudera, com benesses destas, desde tenra idade, a Português.
23 de junho de 2008
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1 comentário:
Concordo plenamente com a questão do facilitismo. Quando são filmes de animação faz todo o sentido, mas neste por exemplo acho dispensável. Aliás, não é por acaso que espanhóis, italianos, franceses, etc. têm dificuldades no inglês... Vêem tudo dobrado!!
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