17 de junho de 2008

Prognósticos.

Normalmente, não sou grande apologista deste tipo de presságios. Contudo, desta feita, sinto que existe matéria suficiente para tal. Ainda no Deuxieme, tive oportunidade de escrever um post sobre o amor à segunda vista. Sobre aqueles filmes que vemos uma primeira vez, não gostamos muito, mas que, num segundo visionamento, acabam por convencer-nos em definitivo. Hoje, apesar de não sentir exactamente o mesmo em relação a No Country For Old Men, ou não tivesse gostado bastante daquilo que vi na tela, a cada dia que passa, vai aumentando a distância em relação à obra. E, não é isso que convém. Quando o filme é bom como tudo, ficamos com uma vontade incrível de revê-lo. Mal podemos esperar pela saída do Dvd. É comprar e metê-lo no leitor. Ora, não é este o pensamento em relação ao último filme dos Coen. Nos últimos dias, tenho discutido acerrimamente com os meus botões se esta não será uma daquelas obras com pouca longevidade. Daquelas que, daqui por uns anos, quando olharmos para trás, nos levarão a questionar Caramba, eu gostei assim tanto disto? Recordo como se fosse ontem, ter dito que a vitória deste filme nos Oscares era justa, assim como seria a de Haverá Sangue. Hoje, sou obrigado a dizer que a deste último cairia melhor.

E, a principal razão é esta. A longevidade da obra. Em No Country For Old Men, há uma personagem que nos persegue, mesmo depois do filme ter terminado. A mais valia está aí. Por muito boa que tenha sido a adaptação do argumento, nada suplanta a construção de Anton Chigurh. Em Haverá Sangue, nada ultrapassa a história. E, com os anos, corrijam-me aqueles que acham que estou errado, a obra de Paul Thomas Anderson será vista como aquela que devia ter triunfado. Convém, neste ponto, sublinhar que gostei, e muito, do magnífico filme dos Coen. No entanto, nestes dois, receio chegar à conclusão de que só um é épico.

4 comentários:

Anónimo disse...

Apesar de gostar muitíssmo do maravilhoso No Country for Old Men, faço parte daquele grupo de pessoas que sentiram um vazio por não ter sido o There Will be Blood a arrecadar os principais prémios na noite dos Óscares. Concordo plenamente com o Alvy.

Brown-eyed Girl disse...

Completamente de acordo. Embora sejam ambos belíssimos, a minha preferência vai para "There Will Be Blood".

Anónimo disse...

Pois eu entendo-te completamente e sinto o mesmo por esta última obra dos Coen. Vi o filme na sua estreia do fantasporto e depois novamente no cinema. Adorei a primeira vez que o vi, mas na segunda perdeu-se muita coisa. E não é isto que costumo sentir, quando o filme é mesmo bom o segundo visionamento é ainda melhor... Também estou do lado daqueles considera o There Will Be Blood uma obra prima =). E respondendo ao teu post, sim, na minha opinião aquele que será lembrado será o filme do Paul Thomas Anderson

Escatumbar disse...

Também sou da mesma opinião. Sempre fui. Decerto que "There Will Be Blood" há-de crescer com o tempo, o mesmo não se garante a "No Country For Old Men", apesar de ser muito bom. Quero um exemplar do primeiro na minha prateleira de DVDs; já não estou tão certa quanto ao segundo.