Indiana Jones and the Kingdom of the Crystall Skull ganharia o prémio de Filme do Dia deste blog, caso tal prémio existisse. É uma ideia que fica para o futuro. Agora, porque é que Indy 4 – estas formas simplistas, parecendo que não, dão um jeitão – ganharia esse galardão, aos dezassete dias do mês de Abril de 08? Por diversas razões.
A saber, a primeira, pela nova fotografia disponibilizada. Harrison Ford, de lanterna em riste e apontada a um esqueleto, com teias de aranha por tudo quanto é sitio, acompanhado pelo jovem Shia LaBeouf. Em seguida, porque o Hollywood-Elsewhere dá conta deste quarto capitulo ser o mais longo, até ao momento, de toda a saga. Com pouco mais de 140 minutos, O Reino da Caveira de Cristal ultrapassará os 115 de Indiana Jones e Os Salteadores da Arca Perdida (Steven Spielberg, 1981), os 118 de Indiana Jones e o Templo Perdido (Steven Spielberg, 1984), e os 127 de Indiana Jones e a Grande Cruzada (Steven Spielberg, 1989). O site acrescenta ainda que o filme já foi apresentado num grande ecrã e testado com audiência, estando agora a pós-produção preocupada em ultimar pormenores antes da estreia no Festival de Cannes a 18 de Maio. Para além disto, o filme ainda é notícia pelas recentes declarações de Harrison Ford, à USA Today. Segundo o actor, um quinto filme não está posto de parte, desde que não demore novamente vinte a anos a preparar. Ora, afirmações destas são sempre importantes, até porque já circulavam rumores de que Indiana Jones morria no final deste filme. No entanto, o AICN destaca, e bem, que o pessoal com queda para as teorias da conspiração já chamou à atenção para a distracção a que estas declarações levam. Isto é um plano maquiavélico para pensarmos que não, mas ele morre mesmo, dizem eles. Se há universo infinito, é o dos ses. Por último, a conversa entre George Lucas e Steven Spielberg, publicada na Entertainment Weekly, sobre os efeitos da Internet no cinema de hoje. Spielberg começa por dizer que grande parte daquilo que circula por sites e blogs sobre cinema não são factos, mas frutos da profícua imaginação de muitos cinéfilos. Acusa a Internet de estragar a surpresa do filme, com demasiado spoilers. Lucas contrapõe, exemplificando com o livro de Jaws (1975), que saiu antes do filme. E, aí, Spielberg argumenta novamente:
“But there’s lots and lots of people who don’t want to find out what happens. They want that to happen on the 22nd of May. They want to find out in a dark theater. They don’t wanna find out by reading a blog…. A movie is experiential. A movie happens in a way that has always been cathartic, the personal, human catharsis of an audience in holy communion with an experience up on the screen. That’s why I’m in the middle of this magic, and I always will be. … Yes. I think [the sanctuary of the dark theater] is being eroded, by too much information and too much misinformation, especially”.
Até hoje, não tinha sido capaz de colocar as coisas desta forma. Depois dos filmes, Spielberg lá conseguiu arranjar maneira de me pôr sentado a uma cadeira a pensar, com as suas palavras. Hoje, até a chuva ajudou a criar o ambiente reflexivo. Nenhum post do Deuxieme, ou agora no Yada, foi escrito com o intuito de arruinar qualquer experiência cinematográfica. Só de pensar nessa ténue possibilidade, arrepanha-se-me a pele. É precisamente por querer voltar para uma sala escura, assim que possível, que gosto de ocupar tanto do tempo disponível para escrever sobre cinema. E, no dia em que alguém disser que um texto redigido por Alvy Singer foi o suficiente para não ver determinado filme, será o último dia em que alguma linha será escrita.
3 comentários:
É um facto que a Internet veio inundar-nos com enxurradas de informação sobre tudo e mais alguma coisa relacionado com cinema, e estamos sempre sujeitos aos terríveis 'spoilers', quando se anda a 'esgravatar' sobre esta ou aquela curiosidade ou pormenor. Quem, um dia, não leu o que não quis sobre determinado filme? Aconteceu-me no outro dia com a 6ª e última temporada d'Os Sopranos e que ainda não vi :) E Alvy, se há palavras que fazem as pessoas querer ver um filme, são as tuas ;)
"E, no dia em que alguém disser que um texto redigido por Alvy Singer foi o suficiente para não ver determinado filme, será o último dia em que alguma linha será escrita."
Bem, se for com o intuito de poupar o leitor deste blog à perda do dinheiro de um bilhete para não ir ver uma terrível banhada, então, penso que te agradeceremos :P
Percebi o contexto da tua frase, e concordo plenamente com o que diz (o grande) Steven Spielberg quando diz que a sala de cinema é um santuário. Por mim, tento não ler rigorosamente nada (a não ser algumas entrevistas e os fait-divers da rodagem) antes de entrar na sala de cinema. Só após é que leio críticas, quer pelos jornais, quer pelos sites/blogs. Já ver o trailer, por vezes, tanto é um chamariz como por vezes conta demasiado. É extremista, eu sei...
Pedro Xavier
Por essas mesmas palavras que referiste é que me deixei de ver as resmas de trailers que saem a toda a hora: Tv-spot, promos, extended trailers, 1ºs 5 minutos, sneak-peeks...
Eu cá para mim já só vejo os TEASER TRAILERS, dá sempre resultado ;)
Abraço
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