25 de maio de 2008

16 - Guerrilla.

Os últimos dias têm sido algo controversos, no que diz respeito a Che. Após a estreia em Cannes, muitos se apressaram a dizer que estávamos perante um sério candidato, não só à Palma de Ouro, como também aos Oscares deste ano. No entanto, logo surgiu a crítica da Variety, qual balde de água fria a aconselhar uma certa ponderação que parecia ter sido esquecida.

The Argentine, a primeira parte do diptico de Steven Soderbergh sobre Ernesto ‘Che’ Guevara, não tem sido tratado pelos media com o mesmo carinho e atenção de Guerrilla, o que nos leva a supor que este último será o verdadeiro cavalo de corrida. À imagem do que acontecia com As Bandeiras dos Nossos Pais, largamente mais antecipado do que Cartas de Iwo Jima. Por essa razão, nesta lista, incluímos apenas Guerrilla, aquele que foi sempre apresentado como a segunda parte desta obra conjunta. Contudo, hoje não sabemos muito bem o que esperar daqui. Parece que isto está feito numa valente salganhada, e nem mesmo Soderbergh tem certezas daquilo que quer. Em Cannes, os dois títulos fundiram-se e um filme apenas, com a duração de 268 minutos, foi exibido. O nome do filme: Che. Porém, todos recordamos o caso de Grindhouse, dividido em dois, de modo a render mais nas bilheteiras. Se dois filmes de acção não se aguentam juntos, o que esperar de dois dramas biográficos com mais de duas horas? Consta, então, que Soderbergh sugere às salas de cinema, e, destaque-se aqui o sugere, que mostrem o filme conjunto na primeira semana, a primeira parte na segunda semana, e a segunda parte na terceira semana. Esta ideia apresenta tantas falhas na muralha, que é com algum dó que decidimos nem atacá-la.

A verdade é que, com o passar do tempo, a expectativa em torno desta(s) obra(s) tem vindo a esfumar-se. Receamos que isto não passe de um one man show de Del Toro – que acaba de ganhar o galardão de melhor actor em Cannes –, e pouco mais. Recordemo-nos das primeiras palavras de Jeff Wells. Confiemos na realização de Soderbergh. E, pode ser que tenhamos aqui um sério motivo de orgulho para o ano de 2008.

Sem comentários: