16 de maio de 2008

Apostar cedo.

Qualquer nome que surja por esta altura, mais do que prematuro, quase que assume o estatuto altruísta de carne para canhão. Muito falta ainda para os Oscares do próximo ano e, prever o quer que seja, em pleno Maio, é um rebuscado exercício de futurologia, só ao alcance daqueles que possuam nos seus calabouços uma Bola de Cristal de última geração – por falar em Bolas de Cristal, com algum atraso, aqui fica a primeira fotografia de Goku, em Dragonball. Agora, há quem tenha instrumentos destes. Há sempre alguém que consegue, com tantos meses de antecedência, avançar alguns actores como prováveis nomeados à cerimónia do próximo ano. Quando a época de blockbusters ainda mal começou, dificilmente estes nomes se aguentarão até ao final da corrida. Normalmente, o que surge antes do Verão, tem tendência a desaparecer a seguir ao Festival de Toronto. Ainda assim, nunca se sabe, e mais vale mantermos os olhos bem abertos. Se estas interpretações saltaram à vista, por alguma razão foi. E, porque nestas coisas, o Awards Daily costuma ser acertar, não custa nada darmos aqui uma olhadela a Redbelt e The Visitor, obras onde parece que brilham Chiwetel Ejiofor e Richard Jenkins, respectivamente.

O primeiro, realizado por David Mamet (State and Main, 2000), estreou a semana passada nos Estados Unidos. A história de um instrutor de artes marciais corrompido pelos flashes de Hollywood, até foi recebida, um pouco por todo o lado. No entanto, foi o desempenho de Ejiofor, alvo de elogios bem jeitosos, que mais se destacou nas críticas norte-americanas. Sobretudo de Peter Travers, da Rolling Stone, que não está com meias medidas: “Ejiofor confirms his status as one of the best actors anywhere. Born in London to Nigerian parents, Ejiofor can do film drama (Dirty Pretty Things) and comedy (Kinky Boots) and win raves onstage (as Othello). The resonant stillness he brings to Redbelt pulls you in”. Aqui fica o apetecivel trailer.

O segundo, realizado por Thomas McCarthy (A Estação, 2003), estreou já a 18 de Abril. Até mais do que no filme de Mamet, a obra no seu todo, passou com distinção aos olhos dos críticos norte-americanos. O relato de um professor universitário que regressa ao seu apartamento de Nova Iorque, onde encontra um casal de estranhos a viver, conquistou público e crítica. No entanto, quem arrebatou mesmo tudo e todos, parece ter sido Richard Jenkins. Lou Lumenick, do New York Post, sem papas na língua: “Best movie I've seen so far this year? Hands down, it's Tom McCarthy's superb "The Visitor," which turns Richard Jenkins, one of the best character actors in the business, into a full-fledged star”. O trailer dá-nos uma ideia do tesouro que pode estar aqui.

Agora, serão estes peixes demasiado pequenos para os tubarões dos grandes estúdios, a estrear lá mais para o final do ano? Provavelmente, sim. Contudo, isso não quer dizer que não estejamos perante material de primeira água. Sigamos com atenção os próximos passos destes dois.

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