3 de junho de 2008

10 - Rachel Getting Married.

Entrados que estamos no famigerado top ten, convém avançar com relutância quando falamos dos filmes mais aguardados do ano. Sobretudo, deste número dez, ainda um tiro no escuro, por esta altura do campeonato. A verdade é que, quanto mais perto aproximamos do topo desta lista, menor devia ser a incerteza quanto ao potencial da obra. No entanto, como na roleta do casino, existe aqui uma vontade secreta de apostar em grande neste filme que, até ao inicio desta semana, tinha o nome de Dancing With Shiva. Hoje, parece que chegará às salas como Rachel Getting Married.

O filme, realizado pelo singular Jonathan Demme (O Silêncio dos Inocentes, 1991), longe de ser o mais popular dos cineastas, não possui um elenco de encher o olho. Tem Anne Hathaway, sim senhora, Debra Winger, Bill Irwin, e Rosemarie DeWitt (que podemos ver actualmente na magnífica Mad Men), ou seja, nada que leve multidões às salas. Também a estreante argumentista, Jenny Lumet, nada fez ainda que comprove o seu valor. Nem o apelido a liga a alguém que suscite interesse. No meio disto tudo, porquê aguardar ansiosamente por este título.

Antes de mais, a história. Descrito como um drama com pinceladas de humor agressivo, este é um filme sobre o regresso a casa de uma filha alienada, para o casamento da irmã. Quando a invulgar Kym (Hathaway) volta a casa, toda a dinâmica da família sofre alterações, reemergindo tensões passadas, algumas resolvidas a bem, outras, nem tanto. Acima de tudo, por parece-nos um conto sério e decente com arranjos de comédia. E, seja em que ano for, esse será sempre um tipo de filme a seguir com atenção. Depois, porque tem Demme aos comandos. Ainda ninguém nos convenceu de que não está para vir o dia em que este homem não subirá novamente ao mais imponente dos palcos. Em seguida, porque tem Anne Hathaway. A par de Natalie Portman, a actriz com o olhar mais angelical de Hollywood. Só isso explica porque tenha sido seleccionada para confrontar o Diabo. E, por último, a fotografia que dá cor a este post. Qualquer obra que se apresente com uma imagem destas, merece a nossa distinção.

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