20 de junho de 2008

Cinema europeu.

Por mais anos que viva, jamais esquecerei aquela singela coluna do Criswell, que tinha tanto de sincera como astuta, escrita no dia em que este viu pela primeira vez M (Fritz Lang, 1931), em Dvd. Depois de enaltecer devidamente a obra-prima do cineasta alemão, Criswell, no seu estilo tão particular, rematou sarcástica e subliminarmente, dizendo que por essa altura, por terras de Camões, José Cottinelli Telmo realizava A Canção de Lisboa (1933). O lamento de, já na década de 30, o Cinema ser entendido diferentemente nestes dois países. Em poucas linhas, foi o mais honesto carpir de mágoas que vi por parte de um cinéfilo português. Hoje, por razões que nada têm que ver com a sétima arte, voltei a recordar esse texto, perdido para ali nalguma das primeiras revistas. Agora que o dia está prestes a chegar ao fim, o lamento transforma-se em azedume. Apenas porque estamos a falar da mannschaft. É por isso que, antes de dar o dia por terminado, faço questão de recordar que, do país de Herzog, Fassbinder, Riefenstahl, Wim Wenders, já saíram relíquias como Metropolis; As Asas do Desejo; O Tambor; O Medo Come a Alma; Aguirre, O Aventureiro; O Testamento do Dr. Mabuse; Corre, Lola, Corre; A Odisseia do Submarino 88. Posto isto, sinto-me bastante melhor. Contudo, parece que o Criswell tinha mesmo razão, e de que pequenino é que se torce o pepino.

3 comentários:

Anónimo disse...

É pena que o mestre Criswell não continue o bom trabalho da Premiere no seu blog :(

Anónimo disse...

No outro dia ainda deixou uma réstia de esperança... porém, parece que foi de sol de pouca dura. Pode ser que volte!

mariahep disse...

Good Bye Lenin!