Por mais anos que viva, jamais esquecerei aquela singela coluna do Criswell, que tinha tanto de sincera como astuta, escrita no dia em que este viu pela primeira vez M (Fritz Lang, 1931), em Dvd. Depois de enaltecer devidamente a obra-prima do cineasta alemão, Criswell, no seu estilo tão particular, rematou sarcástica e subliminarmente, dizendo que por essa altura, por terras de Camões, José Cottinelli Telmo realizava A Canção de Lisboa (1933). O lamento de, já na década de 30, o Cinema ser entendido diferentemente nestes dois países. Em poucas linhas, foi o mais honesto carpir de mágoas que vi por parte de um cinéfilo português. Hoje, por razões que nada têm que ver com a sétima arte, voltei a recordar esse texto, perdido para ali nalguma das primeiras revistas. Agora que o dia está prestes a chegar ao fim, o lamento transforma-se em azedume. Apenas porque estamos a falar da mannschaft. É por isso que, antes de dar o dia por terminado, faço questão de recordar que, do país de Herzog, Fassbinder, Riefenstahl, Wim Wenders, já saíram relíquias como Metropolis; As Asas do Desejo; O Tambor; O Medo Come a Alma; Aguirre, O Aventureiro; O Testamento do Dr. Mabuse; Corre, Lola, Corre; A Odisseia do Submarino 88. Posto isto, sinto-me bastante melhor. Contudo, parece que o Criswell tinha mesmo razão, e de que pequenino é que se torce o pepino.
20 de junho de 2008
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3 comentários:
É pena que o mestre Criswell não continue o bom trabalho da Premiere no seu blog :(
No outro dia ainda deixou uma réstia de esperança... porém, parece que foi de sol de pouca dura. Pode ser que volte!
Good Bye Lenin!
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