De quarta-feira da passada semana, até esta sexta, foi um daqueles períodos em que prevaleceu a Lei de Murphy: Se alguma coisa pode correr mal, correrá. Tudo começou terça-feira, quando o computador, esse aparelhómetro que já no Deuxieme tinha feito das suas, decidiu ameaçar diversas vezes com um desligar por conta própria. Felizmente, bastava carregar no botão, e o dito cujo lá voltava a funcionar. Apesar de desagradado com a situação, dava para ir andando. Mas, não por muito tempo. Quarta-feira desligou-se em definitivo. Quinta, ao acordar, nada. Foi então que recrutei os prestáveis serviços de quem já me tinha socorrido quando, há uns meses, a motherboard foi desta para melhor. Agora, porque destas coisas de computador não percebo grande coisa, achei que enquanto estivessem aqui em casa a tratar do pobre coitado, seria uma boa altura para aproveitar, e ir ver as quatro de Manhattan em acção. Sol de pouca dura. Precisamente a meio do filme, no intervalo, um telefonema que pretendia serenar as hostes, mas que foi mais inquietante do que outra coisa qualquer. O computador tinha aquecido em demasia e fumo inclusive saído da caixa. Para quem estava aqui era bom sinal, porque o problema tinha sido detectado. Agora, para quem estava no Cinema, a ideia de que um fogo esteve perto de deflagrar no próprio quarto, não é lá muito agradável. Por muito que custasse, era obrigado a regressar, e deixar para trás a afável companhia de Carrie, Samantha, Charlotte e Miranda. Aliás, esse foi o último dia que vi o meu computador e Carrie. O primeiro, felizmente, reencontrei-o esta sexta-feira. Quanto a Carrie Bradshaw, digamos que a primeira metade do filme não foi suficiente para que, logo no instante a seguir, dissesse Caramba, tenho de regressar rapidamente à sala para acabar de ver isto. Aliás, posso afirmar que foi até uma decisão fácil, deixar o filme para trás, e regressar a casa. É claro que, por vontade própria, teria continuado de bom grado na minha cadeira, a assistir ao desenrolar da história. Quem sabe se a última hora não nos reserva a maior das surpresas. De qualquer forma, tenciono ver o resto da obra, quanto mais não seja para ficar com o quadro completo. Agora, porque aquilo que correu mal no resto da semana, nada tem que ver com Cinema, fiquemo-nos por aqui, pegando neste tema. Filmes de que saímos a meio. Este O Sexo e A Cidade foi o terceiro. Piratas das Caraíbas: O Cofre do Homem Morto, porque a pessoa com quem estava adormeceu e decidimos que não valia a pena continuar, até porque já tinha visto o filme num visionamento, foi o primeiro. A Ronda da Noite, recentemente, porque a pessoa com quem estava ficou indisposta a meio, foi o segundo. Até hoje, nunca sai de uma sala de cinema pelo próprio pé. Não aguento mais! Vou-me embora! Vontade para tal, talvez já tenha existido. Desse lado, já alguém bateu com a porta nalgum filme?
Antes de terminar, resta dizer que não é fácil estar uma semana sem escrever no Yada. Se a Annie não pode neste momento, por questões de trabalho, da minha parte, há muito que passou a fazer parte do quotidiano escrever sobre cinema. Primeiro, no Deuxieme. Agora, aqui. Pelo silêncio, peço desculpa. No entanto, creio que Murphy ainda não se debruçou sobre o final das coisas. Este filme ainda agora começou, e muitos ovos estão ainda por colher.
10 comentários:
welcome back ;)
felizmente nunca tive de sair a meio de um filme, quanto muito, se for um filme péssimo, ainda passo pelas brasas, ahah.
Pedro Xavier
sair a meio de um filme também nunca saí, nem por necessidade, nem por vontade, e só uma vez o ponderei fazer por não estar a gostar da experiência e foi quando fui assistir ao Nona Porta...
Nunca saí a meio de um filme. Já tive muitas vezes vontade de o fazer mas depois pensava "o filme está a ser uma boa m****, mas já que estou aqui no cinema, ao menos vejo a m**** até ao fim!"
Para mim uma ida ao cinema não é só uma ida ao cinema, mesmo que agora se torne mais frequente do que tinha sido nos últimos tempos, ir ao cinema continua, e espero que continue, a manter uma aura de operação artística incomparável, o cinema é um local de reflexão sobre a arte e sobre a sua influência em mim e por isso entrar numa catedral do cinema é já motivo para satisfazer o meu gosto, por isso o filme por muito mau que seja, merece sempre o meu respeito, deste modo não uso telemóveis na sala de cinema, não como pipocas ou falo durante a sessão.
Nunca sai de uma sessão e espero nunca sair de uma pelo próprio pé.
Já agora, o pouco que viu do A Ronda da Noite, o que achou? Eu vi o filme todo e gastei verdadeiramente do estilo e do resultado.
Nunca sai de um filme a meio, um pouco naquela «não vamos massacrar o filme logo na primeira parte, talvez o fim surpreenda!». Confesso que a única vez que tive uma vonatde quase irreprimível de sair foi no Sin City. Eu até estava a gostar das histórias, mas aquilo lá pelo meio foi uma seca de tal ordem que se não adormeci foi por muita sorte!
Quanto a mim, nunca deixei um filme a meio numa sala de cinema, principalmente, por uma questão de respeito: por pior que seja o filme, se eu escolhi ver aquele filme, então, devo levá-lo até ao fim, mesmo que seja mesmo MUITO mau. Embora, claro, vontade não tem faltado.
actualiza la isto outra vez.....o minha arara
Benvindo de novo Alvy, sentimos a sua falta!
Bem eu infelizmente já saí de um filme a meio por questões de indisposição graças a umas misturas estranhas que fiz ao jantar, e até que estava a gostar bastante do dito cujo até começar a ver tudo meio nublado e "A Noiva Cadaver" ficar para sempre na minha memória como aquele filme que que tinha o nome mais adequado ao meu estado naquela altura. De resto tive bastante vontade de me vir embora em alguns filmes mas tal como foi dito anteriormente pode estar a ser um m**** mas já que ali estou que se veja a m**** até ao fim.
Margarida Carlos
o único filme que me fez sair a meio (talvez até antes do meio) foi o E.T.
(agora captei as atenções)
por erro meu, fui ver a versão re-editada mas dobrada em português.. um suplicio. ouvir durante mais de vinte minutos as palavras "étê casa telefone" é insuportável.
sair a meio de um filme por não estar a gostar nunca me aconteceu, já que lá estou acabo de ver.
alvy, lamento pelo incidente com o computador e pela saída precipitada do cinema.
O unico filme que deixei a meio foi o Solaris (do Soderbergh). Pensei que nenhum final, por mais brilhante que fosse, puderia compensar a tamanha seca que estava a apanhar.
alguem acha que o devia ver até ao fim?
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