22 de junho de 2008

No rasto de LaPaglia.

Muitos são aqueles que hoje imediatamente reconhecem Anthony LaPaglia como o agente do FBI de Sem Rasto, Jack Malone. Contrariamente à grande maioria das séries de sucesso, esta é uma daquelas que tem vindo a conquistar o seu espaço. Sem grandes euforias e recebida com pouco alarido, Sem Rasto tem ganho fiéis seguidores a cada temporada. E, merecidamente, diga-se. A próxima, a sétima, já começou inclusive a ser filmada. Ao fim de muitos anos, numa carreira pautada por demasiados altos e baixos, LaPaglia lá chegou a um palco à medida do seu talento. No entanto, aqueles que recordam os primeiros passos de LaPaglia, talvez concordarão se dissermos que este não era, à partida, o mais provável dos destinos. Ainda hoje, quando penso neste actor, aquilo que recordo mais facilmente é Betsy’s Wedding (1990), esse pequeno tesouro orquestrado por Alan Alda.

Alda, um dos nomes maiores da representação, lembrou-se um dia de pegar no casamento da sua filha, e escrever o argumento de um belíssimo filme que o próprio realizaria. A obra, rocambolesca como tudo, relata-nos as peripécias por detrás de um matrimónio entre dois jovens provenientes de famílias algo diferentes, sobretudo em questões monetárias. De um lado, a neurótica família de Betsy Hooper (Molly Ringwald). Do outro, a pacata e abastada família de Jake Lovell (Dylan Walsh). No centro da trama está Eddie Hooper (Alan Alda) demasiado preocupado, obcecado mesmo, em fazer boa figura. A vontade de arranjar dinheiro para a cerimónia é tanta, que Eddie não tem qualquer problema em recorrer a quem viola a lei com a mesma facilidade com que muda de roupa interior. E, se Joe Pesci costuma tratar esse tipo de papéis por tu, foi um jovem de seu nome Anthony LaPaglia que mais deu nas vistas, com a chegada deste filme. Este é daqueles títulos que a História do Cinema se encarregou de guardar numa estante demasiado alta e poeirenta. Este é daqueles em que temos de ir buscar uma cadeira, arranjar um lenço para colocar à volta do nariz, e andar para ali a remexer até o encontrar. O mesmo é dizer, descobri-lo nas lojas não é tarefa fácil. Ainda assim, vale a pena. Assim como vale a pena procurar o Samuel L. Jackson taxista, perdido lá para o meio do filme. Se este post tem algum propósito, é o de levar o bom fã de LaPaglia que pouco conhece sobre as suas origens, até este filme. Hoje, LaPaglia será quase o mais fofo dos agentes do FBI que o pequeno ecrã já nos deu. Sereno, eficaz e humanitário, o Jack Malone de Sem Rasto é o polícia de sucesso que todos gostaríamos de ser, mas com menos barriga. No entanto, back in the day, LaPaglia era um tipo esguio, que até vestia bem um fato de treino à mafioso. No caso de Betsy’s Wedding, até como mau da fita o homem mostra ter bom coração. É difícil não gostar deste actor. Que a série se mantenha por muitos e longos anos e que, depois dela, o sucesso prossiga.

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