3 de julho de 2008

Depois do Regresso, Singer não deve voltar.

Ontem foi um daqueles dias curiosos. Noticias realmente interessantes, daquelas que nos levam a puxar o cabelo enquanto olhamos embasbacados para o monitor, era coisa que não abundava. Um dia demasiado normal para os nossos intentos. Contudo, pior do que isso é este oceano a separar-nos das principais fábricas de sonhos. O não nos guiarmos todos pelo mesmo relógio. Quer dizer, o relógio será sempre universal. Os ponteiros é que não indicam a mesma hora. Assim, em abono da verdade, as notícias de hoje, são as de ontem. Aparecem por lá à noitinha. Chegam aqui já de manhã. Ah, se desse para abdicar desse sono malandro que surge diariamente. Enfim, quanto mais andarmos aqui em rodeios, mais demoramos a tratar das declarações de Mark Millar. E, aquilo que Millar disse ontem, é importante. Antes de mais, convém esclarecer quem é este Mark Millar.

Millar é o autor do comic book Wanted, que serviu de base ao mais recente trabalho de Angelina Jolie e James McAvoy. Para além disso, é também o autor da saga Kick-Ass, que será transposta ao grande ecrã pela mão do realizador Matthew Vaugh (Layer Cake). No entanto, o trabalho mais importante no currículo de Millar deverá ser, muito provavelmente, Superman: Red Son. A definitiva rampa de lançamento. Quando o seu nome começou a ficar mais conhecido no meio, a Marvel não perdeu tempo, e lançou propostas irrecusáveis ao autor. A principal tarefa seria revigorar algumas sagas clássicas da marca, como X-Men, por exemplo. Millar tinha feito um magnífico trabalho na DC Comics, durante a década de noventa. Agora, era altura de mostrar serviço com outra camisola. Os projectos correram bem, tão bem, que Millar hoje já dita leis e opina sobre o próximo filme de Super-Homem. E, uma das primeiras coisas que o consultor criativo – estamos para ver que função Millar terá na ficha técnica – deixou a entender, é que Bryan Singer não deverá sentar-se na cadeira de realizador na próxima película. A ideia é fazer um reboot. Diz Millar: “The Superman brand is toxic after that last movie lost $200 million, but in 2011 we're hoping to restart it. Sadly I can't say who the director is, but we may make it official by Christmas. But fingers crossed it could work out, that would be my lifetime's dream”.

Parece que entrou em vigor a política das maçãs podres e, pelas contas de Millar, Singer deverá ter sido uma delas. Agora, para que não restassem dúvidas, e fazer com que as indirectas fossem um pouco mais objectivas, “A very well known American action director heard about my love of Superman, approached me and asked me to team up with he and his producer to make a pitch for this. We've been talking for several weeks now and, if this is going to happen, we'll know by Christmas”.

Posto isto, deverei confessar que o primeiro nome que se me atravessou à frente, qual anúncio de néon em azul intermitente, foi o de Michael Bay. Lá ao fundo, num cartaz vermelho e preto à la Sin City, facilmente imagino um Directed by… Tony Scott. E, coragem para isso, meus senhores?

4 comentários:

João Bizarro disse...

Desde que passou para a Dreamworks o Michael Bay está menos mau. Até já faz coisas aceitáveis.
Mas só de lembrar "coisas" como Armaggedon e Pearl Harbour até me dá um arrepio na espinha!

Já o Tony Scott seria uma grande escolha.

Anónimo disse...

Não acho Armageddon um mau filme, aliás, se pensar bem, até poderá ser um guilty pleasure para mim. Assim como The Rock.
Bay parece a escolha óbvia, mas eu gostava de ver os irmãos Wachowski, o David Fincher ou o Ridley Scott. E uma pequena loucura chamada Brad Bird?

P.S. Não me pregues mais sustos como esse, Alvy. À 1ª vista pensei que o Singer do título eras tu e que isto seria uma despedida...

Anónimo disse...

Caríssimo Alvy,

Sem querer (e é inevitável sê-lo) ser nerd dos comics, neste post há uma incongruência difícil de escapar e que retira lógica/credibilidade ao texto.
A DC Comics não tem nada a ver com os X-Men. Antes pelo contrário. Mesmo escudado em só os conheceres pelo cinema, é difícil não dar por aquela "Marvel" a abrir os filmes...

Abraço,

Alvy Singer disse...

Claro que sim, Miguel. O tentar sempre ligar as ideias dá nisto. Um tremendo acto falhado. Claro que são da Marvel. Grato pela correcção.