Não há muito tempo, voltei a fazer aquele exercício dos cinco filmes que levaríamos para uma ilha deserta. A beleza deste jogo reside no facto de nem sempre escolhermos os filmes de que mais gostamos. Porque, ao estarmos numa ilha deserta, pressupõe-se que sair de lá não seja a coisa mais acessível. O mesmo é dizer, que terão de ser cinco títulos de trato fácil. Que gostemos, acima de tudo, de vê-los repetidamente. Até à exaustão. Por muito que goste de Se7en (David Fincher, 1995), reconheço não ter estômago para vê-lo mais do que duas vezes de enfiada. Já, Um Peixe Chamado Vanda (Charles Crichton, 1988), o caso muda de figura. No entanto, como dizia, não há muito tempo, voltei a fazer o tal exercício dos cinco filmes. E, palavra de honra, desta última vez, inclui Top Gun (Tony Scott, 1986).
Um dos filmes mais marcantes na existência deste cinéfilo. Ainda hoje, quando jogo voleibol na praia, imagino aquela cena ao som de Playin With The Boys, de Kenny Loggins. Ainda hoje, sempre que penso sentar-me em cima de uma mota, mesmo não tendo carta para tal, idealizo-o com o estilo de Maverick, ao som de Take My Breath Away, de Berlin. Durante muitos anos, Top Gun foi a prova de que uma paixoneta por uma professora poderia trazer frutos. Durante muitos anos, Top Gun foi a prova de que um microfone e Neil Diamond podem fazer a diferença. Durante muitos anos, Top Gun foi apenas Top Gun. Hoje, o The Sun, esse bastião do jornalismo, veio dizer que Top Gun pode ser o primeiro. Isto, porque uma sequela pode estar a caminho. No campo do hipotético, o The Sun diz-nos:
“The idea is Maverick is at the Top Gun school as an instructor — and this time it is he who has to deal with a cocky new female pilot”.
Ao que parece, um argumento já terá sido enviado para Tom Cruise. E, será o aval do actor que ditará a concretização do projecto. Nesta fase, aquilo que poderemos dizer é que já vimos ideias piores. Há falta de melhor, que se pegue num bom filme pipoca, a ver se sai daí um blockbuster descomunal. Hollywood já optou por sequelas com menor potencial. E, tanto tempo depois, recuperar a personagem de Maverick, num diferente patamar, parece-nos uma ideia com pernas para andar. Aos que estão já a pensar no recente exemplo de O Reino da Caveira de Cristal, em bom português, respondo com o sábio pensamento ouvido ontem em plena estação do Rossio: “Três palavras: ‘Tou-con-fiante”.
1 comentário:
entao e quais os outros quatro filmes?
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